Gabrielle Coco Chanel

segunda-feira, 21 de julho de 2008 |

Mulher ousada e ranzinza

Nascida em 1883 em Samur, França. Gabrielle “Coco” Chanel foi criança pobre, jovem ousada e talentosa, mulher voraz e caprichosa, e velha ranzinza. Mesmo aos 87 anos – quando morreu em 1972 no apartamento do hotel Ritz, onde morava em Paris, sozinha e evitava até seus poucos amigos (se é que ela ainda tinha algum) – não gostava de ser tratada a não ser por mademoiselle. Este era um dos caprichos que, somados a seu famoso estilo e sua lendárias mentiras, a tornaram famosa.

Ela foi criadora de alguns itens clássicos e eternos da moda:
-correntes de ouro e pérolas em profusão (tudo falso)
-corte de cabelo e franja reto (famosinho Chanel)
- Sapato bicolor
- gola marinheiro- bolsa de matelassê com corrente dourada
- vestido preto (que ela adotou como luto mas acabou virando a salvação de qualquer mulher que se pretende elegante)
- tailler
- nº5, o perfume

Dos estilistas homens, costumava dizer que não poderiam tornar bela a mulher que eles odiavam. Para ela Yves Saint Laurent só era bom porque tivera coragem de “copiá-la”.

Coco foi amante de pelo menos cinco homens, entre eles o Duque de Westminster. Entre tantas histórias que se contam sobre ela, a mais nova (biográfica e, ao que parece, verdadeira) é o livro Coco Chanel (Belfond, 235 pp.), o segundo de Marcel Haedrich, que foi lançado na França em 2006. Confiram!!!

Conheça a verdadeira Maison Chanel

Gabrielle “Coco” Chanel (1883-1971) costumava dizer que em 1919 acordou famosa. Naquela época, ela alugava o nº21 da rue Cambon para comercializar seus chapéus e estava prestes a adquiri certos vizinhos. Uma construção do séc. XVIII onde estabeleceu seus domínios particulares. Em 1921, lançou ali o Chanel n5, o primeiro perfume assinado por um estilista e ainda hoje um best-seller.
Solitária, ela já morava em uma suíte no elegante hotel Hitz, bem na frente de seu QG. Quando sua reforma do n31 ficou pronta, todos os dias, depois que seu último funcionário saía, ela subia a escada forrada de carpete bege, apoiada no corrimão de ferro, para relaxar nos novos aposentos, onde recebia amigos como os diretores Jean Cocteau e Serge Diaghilev, os artistas Salvador Dali e Picasso e algumas poucas clientes, como Marlene Dietrich, a grande amiga Misia Sert e a mítica editora de moda Diana Vreeland. O apartamento não é aberto ao público, mas acrescentaria muito aos habitantes do planeta fashion se fosse transformado em uma galeria Chanel.

Para madeimoselle Chanel, excessos e uma certa desordem eram aceitáveis em casa, mas absolutamente desnecessários na roupa. Intacto até hoje, preservado como obra de arte trancada a sete chaves e permanente fonte de inspiração para o atual estilista da marca, o alemão Karl Lagerfeld, o apartamento de Chanel tem apenas quatro dependências – todas demasiadamente decoradas. “Não é das casas que eu gosto, é da vida que eu vivo nelas” dizia.

Chanel gostava de ter seus livros à mão (“são minha única companhia”) e, apesar dos muitos amigos pintores, não tinha quadros: para admira-los, era obrigada a pôr óculos.

O retorno de Chanel

Mantendo-se em desdenhoso silêncio atrás das cortinas de sua maison, cerradas em 1939, Gabrielle Chanel espera sua hora, que chega em 1954.
Com mais de setenta anos, Mademoiselle reabre a maison e apresenta em 5 de fevereiro, diante de uma platéia cética, uma coleção em que aposta tudo ou nada. sua fortuna está feita, mas um fracasso poria em perigo os perfumes, que constituem uma fonte de lucros imensos.
Com a idade em que os outros estão se aposentando, a corajosa órfã anda não pronunciou a ultima palavra. Sobre as bases antigas de seu dogma, ela impõe o famoso tailleur com guarnições trançadas, além de correntes de ouro, blusas combinadas com o forro do casaco, botões com iniciais, tweeds macios, jóias-fantasias cintilantes, lenço de seda preta para guarnecer o pescoço, camélia de tcido branco, chapéu canotier (de abas lisas e estreitas), prendedor ou fita para rabos-de-cavalo, bolsa a tiracolo em matelassê, escarpim bege com ponta escura... Toda uma concepção que será adotada, copiada, desvirtuada por milhares de mulheres do mundo. Jamais, no entanto, uma imitação chegará perto do original. o que não impede Chanel, por seu lado, de produzir vestidos de noite fascinantes em sua simplicidade. Quando sua fundadora morre, a maison Chanel, contra todas as expectativas, volta a ser uma das mais influentes e poderosas da praça de Paris.

Destino único para um nome que, com grande traquejo, soube sempre adaptar seus códigos estéticos às variações constantes do gosto.








Chanel no Acho-Chic
Chanel